Em êxtase... eu o contemplava. Meus olhos ainda grudados aos seus,
colados, guiados... Ouvia sua voz longe, longe, ainda percorrendo o
caminho encantado de suas palavras, pontos, virgulas... Sua poesia,
seu poema, se funde com seu ser, seu corpo é conto, é magia. Seus
lábios... a grande cartola de onde saem coelhos cantores, esquilos
falantes, lenços que enxugam almas e curam feridas de dor e de
amor... tudo é mágico.
- Então, gostou?
- Hãmm? - Como poderia responder? Ainda estava enfeitiçada....
- Queria saber se gostou do poema... se...
- Ainda estou mergulhando, afundei... preciso de ar... quero descobrir suas palavras, decifrar..
Nesta
hora, delicadamente, ele buscou meu rosto, levantou suavemente meu
queixo, apontou para o céu:
- Está vendo aquelas nuvens? No que acha que se parecem?
- Como? O que parecem? Ah... mil coisas... vejo corações, rostos, bules, coelhos... e... mas seu poema...é..é...
- Exato. Assim como você, também vejo mil formas... Lembre-se: No poema e nas nuvens, cada qual descobre o que deseja ver. É o que torna tudo lindo... por ser simples.
Olá, Johanna; Boa tarde!
ResponderExcluirObrigado pela visita e palavras amáveis lá deixadas - apesar do tom pouco animador do tema que lá encontrou ...
Bonito texto, este.Há poetas e poemas que têm o condão de encantar; e muito mais quando os primeiros agradam a quem ouve...
Bom fim de semana; um abraço.
Vitor